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24 de Abril de 2024
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    VI Ciclo de Conferências de Filosofia do Direito - Tema Filosofia e Educação

    há 11 anos

    No dia 07/12/12, às 10 horas, no plenário do Instituto dos Advogados Brasileiros, nesta cidade, a Prof. Dra. Maria Lucia Sales Gyrão, presidenta da Comissão Permanente de Filosofia do Direito deu a palavra ao ilustre Prof. Dr. Joaquim Humberto Coelho de Oliveira, que proferiu a última palestra do VI Ciclo de Conferências de Filosofia do Direito, tendo, assim, discorrido com notável saber, sobre o tema de grande interesse "Filosofia e Educação", perante uma platéia de advogados, filósofos e estudantes dessas áreas, tornando a conferência dinâmica, e foi sintetizada pelo brilhante palestrante da seguinte forma: O que faz da filosofia uma sabedoria laica é a sua interrogação pelo sentido, auxiliando-nos para o enfrentamento dos nossos medos. Nessa dimensão, ela não se identifica nem com a pura vontade do conhecimento, nem com as questões próprias da moral. Essa dimensão da filosofia, no entanto, foi renegada pela educação republicana ocidental e moderna, que valorizou o seu ensino como meio de aperfeiçoar as nossas capacidades de interpretar e argumentar. Além disso, esse modelo educativo, nas reflexões de Kant e de Rousseau, valoriza o mérito através do trabalho, como síntese entre as dimensões lúdicas e a do adestramento. O esforço, o mérito e a disciplina são valores educacionais republicanos que serão, principalmente a partir da década de sessenta do século passado, criticados pela nova pedagogia. Essa orientação pedagógica segue a ética da autenticidade, fortemente influenciada pelas filosofias da desconstrução, e propõe sermos nós mesmos, independentes dos critérios externos do dever fixados pela filosofia moderna de tendência iluminista. Mas, como refletir sobre a dimensão filosófica do saber nos dias de hoje? Ideias como pátria ou revolução não mostram tanto sentido, como tempos atrás. Para muitos autores, as escolhas na vida privada passam a ter mais relevância do que essas grandes ideologias. A invasão da família pelos laços afetivos, com a prática ocidental, cada vez mais comum a partir do século XVIII, do casamento por amor, promove intensas transformações. A infância passa a ter um valor inestimado nas sociedades modernas, a ponto de gerar uma das maiores preocupações políticas da atualidade, ou seja, o que faremos com as gerações futuras. Para Luc Ferry, esse sentimento pode representar uma nova fase do humanismo, desprovido das ilusões transcendentes e do traço de uma razão etnocêntrica. Um humanismo que recusa os ideais metafísicos da modernidade, criticados como ilusões pelas filosofias da desconstrução, e a retoma e a continua por uma razão que se envolve com as experiências afetivas no domínio da intimidade. E essa condição, a de nos reconhecermos nas nossas práticas afetivas, será também de importância para a educação, atualmente transitando entre os modelos da austeridade republicana e os da extrema flexibilidade das novas pedagogias.

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